Palco aberto aos poetas e poesias.As paredes abrigam quadros, citações de poemas – “A leitura é a viagem dos que não podem pegar o trem”, está escrito. Livros nas estantes; na foto histórica, Beatles atravessando Abbey Road; a música está presente com a flautista, pela gaita do moço de longa cabeleira; gente junto a grande mesa posta para o lanche fraterno. Irmandade em torno da poesia, da palavra. Estamos no Templo da Poesia.
Reunidos para um chá, foi inaugurado oficialmente no dia 04 de abril, o Templo da Poesia, o novo espaço para as artes no centro de Fortaleza. O escritor Ítalo Rovere foi quem primeiro deu as boas vindas aos poetas, ouvintes, enfim, aos presentes. “Este é o início de um trabalho que a gente pretende fazer”, afirma.
Antes, um galpão abandonado, agora transformado pela ação conjunta pelo amor a arte e pela vontade de transmiti-la às pessoas - “É espaço dos poetas, das artes em geral”, declara Rovere.
O Templo é democrático. Está aberto a proposta para quem quiser fazer uso dele seja como espectador ou promover alguma atividade - oficinas de poesia, artesanato, teatro.
“Abriga vários aspectos da arte-educação, da poesia, da literatura, artes plásticas, do canto e do teatro. Como tudo é poético, a gente poetiza tudo, a gente poetiza também o teatro poetiza a música. Esse espaço vai abrigar vários grupos. Nós do grupo
Poemas Violados já nos abrigamos aqui, esperamos o comparecimento de outros grupos, mas também poetas individuais que queiram”, afirma Nilze Costa, escritora, presidente da NAVE e uma das idealizadoras do local.
Uma espécie de sarau, os convivas mostram sua verve. Como a poetiza Ana Cristina Souto relembrando o escritor Alcides Pinto, falecido ano passado, com o poema “Em Ti”. Os recitais ganham trilha sonora conforme o tema.
O teatro de rua teve sua vez com o Movimento Escambo de Arte Livre com a intervenção poética Morreu Fulano, poesia de cunho social de autoria de Ray Lima.
O Templo está localizado na mesma sede da NAVE. As duas atividades é um apoio à outra, juntamente com o grupo
Poemas Violados.
Por Joanice Sampaio.